A questão central que perpassa a
maioria dos estudos sobre políticas sociais, sendo que o serviço social
consiste em analisar os efeitos positivos das políticas sociais no que diz
respeito à socialização do ser, independente das suas origens, sendo que o
Serviço Social tem conclusão essencial advinda nas analises para que os
Movimentos Sociais tenha uma contribuição singular e inovadora para a
sociedade.
segunda-feira, 21 de maio de 2012
Resultados alcançados, Políticas, Leis, Eventos e Mudanças
A
tese de que a migração é um Direito Humano fundamental não afasta a influência
do aspecto econômico dessa análise. Não é de estranhar, portanto, que as
imigrações sejam muito sensíveis ao panorama econômico mundial. À medida que a
economia e as sociedades se internacionalizam, o processo migratório acompanha,
fazendo com que tenhamos uma nova realidade migratória no mundo. A
diáspora era, antes, para a América do Norte e Europa, principalmente para a
França. Hoje, o Brasil é um dos países mais procurados.
No governo do Presidente Lula, 45
mil imigrantes ilegais foram anistiados. É possível dizer que a atual
política de imigração no Brasil é mais reativa do que no passado. A
verdade é que o nosso país impõe uma série de travas aos imigrantes, sejam
refugiados ou não. Temos problemas institucionais para tratar essa
questão. Com efeito, no processo migratório no mundo sempre foi marcado por
diferentes concepções e políticas de regulamentação de acordo com a
conveniência dos governos.
A vinda dos haitianos para o Brasil
exige a discussão de uma questão mais ampla, que é a permanência, no país, de
estrangeiros em situação irregular. A verdade é que não há definição de quantos
haitianos já entraram no país. As estimativas apresentam divergências
consideráveis.
Nunca é demais lembrar que o Brasil
foi construído pelos imigrantes de mais de 20 países, que sempre vieram para o
nosso país em busca da realização de um sonho. Hoje não pode ser diferente,
considerando que já somos a 6ª economia do mundo. Todos nós temos uma história
de imigrante em nossa família. Temos uma dívida histórica com os imigrantes,
que foram os responsáveis pelo crescimento econômico e cultural do país.
De tudo quanto foi exposto,
infere-se, necessariamente, que chegou o momento de se discutir uma nova
política de imigração. A vinda dos haitianos para o Brasil exige a discussão de
uma questão mais ampla, que é a permanência, no país, de estrangeiros em
situação irregular. A verdade é que não há definição de quantos haitianos já
entraram no país. As estimativas apresentam divergências consideráveis. Parece
que tudo é feito na base do improviso e da pressão popular. É preciso
aperfeiçoar os institutos jurídicos para que os imigrantes não sofram as mesmas
restrições que sofriam no país de origem.
A questão mais importante a ser
enfrentada é definir a estratégia realmente eficaz a ser adotada pela
comunidade internacional, diante do fracasso das ações realizadas na
recuperação do Haiti. Não se pode olvidar que o Brasil comanda não só uma força
de paz, mas, sobretudo, de recuperação daquele país. O ideal é que não houvesse
a imigração, se o trabalho de reconstrução fosse eficaz. Também é importante
frisar que o fator preponderante e que efetivamente está reconstruindo o Haiti
são as remessas dos refugiados às suas famílias, ou seja, grande parte dos
problemas que estamos enfrentando, poderiam ter sido evitados se houvesse no Brasil
uma política eficaz em relação aos imigrantes.
As ações de movimentos sociais só se
justificam com o envolvimento da comunidade e sua orientação para as possíveis
soluções de problemas comunitários, a metodologia, as possíveis mudanças e
novas descobertas na realidade local da ação desenvolvida são tarefas
desenvolvidas pelos Movimentos sociais.
Concluída a aplicação
dos questionários, inicia-se a sistematização dos dados com a finalidade de
oferecer uma reflexão aos grupos. Elabora-se para a sociedade uma codificação
para as respostas,
utilizando a computação de dados como instrumento de ajuda na questão a ser
enfrentada. Muitas propostas ou questões levantadas são mantidas, muitas das
vezes resolvendo tais problemas.
- Alguns Depoimentos
Em depoimentos aos jornais,
pesquisas mostram que o sonho dos haitianos é São Paulo, em conversa com os
haitianos imigrantes foi constatados que muitos haitianos pretendem guardar
dinheiro para mudar de país, sendo que os haitianos tem certo prazo para deixar
os abrigos e irem à busca de mudanças, de empregos entre outros.
Haitianos em Manaus
Os primeiros haitianos chegaram a
Manaus em fevereiro do ano passado e dos que chegaram até junho, praticamente
ninguém se estabeleceu aqui. Muitos tinham o sonho dos Estados Unidos, da
Europa (quem sabe, via a Guiana Francesa). Saíram em silêncio e não se sabe que
rumos tomaram.
A partir de julho eles chegaram mais
numerosos querendo ficar em Manaus. No mês de agosto inauguramos uma pequena
casa de acolhida na Paróquia São Geraldo. Logo lotou. Lotada estava também a
casa animada pelas irmãs. Foi alugado um ‘casarão’.Mas no final do ano o grupo
foi crescendo. Foi pedida a ajuda a outras paróquias e a São Raimundo passou a
acolher 40 imigrantes (hoje são 90).
Foi feito um novo apelo às paróquias
e a Sagrada Família acolheu 40, os Capuchinhos nesses dias acolheram uns 80,
sessenta estão conosco; outras paróquias estão ajudando com doações. Neste
momento, mês de abril, a pastoral do migrante está acolhendo 260 e acompanhando
mais uns 60 em suas primeiras habitações. Sabemos que muitos estão em Tabatinga
aguardando o Protocolo e zarpar para Manaus.
A igreja católica é a única que os apoia,
isto eles percebem muito bem. Está sendo um momento muito bonito para a igreja
de Manaus. O apoio dos bispos é total. Muita gente e muitas comunidades estão
multiplicando os gestos de acolhida e de solidariedade.
Olhando prá frente não temos certeza do que vai acontecer. Parece que os imigrantes continuarão chegando.
Olhando prá frente não temos certeza do que vai acontecer. Parece que os imigrantes continuarão chegando.
CONCEITUAÇÃO DE MOVIMENTOS SOCIAIS
1-
Conceituação
de Movimentos Sociais
O conceito de Movimentos
sociais sempre esteve associado ao de luta de classe e subordinado ao próprio
conceito de classe.
Os conceitos críticos
associados à perspectiva de marxista inseriam sempre o conceito dos Movimentos
Nacionalista, as ideologias radicais: nazismo, fascismo.
Estudos críticos, associados
à perspectiva marxista, inseriam sempre o conceito dos Movimentos Sociais na
questão reforma ou revolução.
Ø Característica
de Movimentos Sociais
Novas
problemáticas e novos cenários sociopolíticos, mulheres, crianças, índios,
negros e pobres em geral se articulam com clérigos intelectuais e políticos da
esquerda para gerar ações coletivas que foram interpretadas como a nova força
da periferia.
Mobilização de recursos analise comparativas,
paradigma europeu dos novos Movimentos Sociais entre outras.
Ø Quais
Movimentos?
Movimentos
operários ou camponeses, os sindicatos e os partidos políticos. Como as
categorias da organização da classe e o processo de formação da consciência
social eram centrais no modelo de projeto de sociedade que desenhava e
aspirava-se como ideal, não havia muita preocupação quanto a diferenciação
entre movimento social ou político ou quanto a movimentação ou organização.
O
próximo tópico abordará em uma síntese detalhada o Movimento Imigrante, onde se
especificará os haitianos que estão chegando em uma quantidade cada vez maior
na cidade de Manaus.
MOVIMENTO DOS IMIGRANTES: Importância do Movimento
A
migração rural-urbana no Amazonas é aqui reafirmada como uma questão social que
expressa um processo de exclusão dos migrantes rurais no lugar de origem,
sobretudo dos bens e serviços de consumo coletivo, evidenciando, por um lado, a
escassa intervenção do Estado no interior e, por outro, uma urbanização
centralizada na cidade de Manaus. A imigração rural-urbana favorece o confronto
do rural e do urbano, possibilitado a confluência desses referencias de vida e
a experiência da diferença.
Esses
deslocamentos de pessoas para Manaus têm contribuído muito para a mudança do
espaço, pois essas pessoas incorporam os nossos valores e nossas tradições e
nós também incorporamos os seus hábitos, e com isso, vai havendo uma troca de
culturas e o espaço vai adquirindo novas feições.
terça-feira, 10 de abril de 2012
Serviço Social Hoje
Serviço Social hoje
O profissional de Serviço Social, hoje, tem um grande desafio em suas mãos, pelo fato de ter como uma de suas metas a “defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do autoritarismo e do arbítrio” (Cod. Ética). Pois deixamos para história um modelo assistencialista e caridoso, e que mais tarde se transformou em uma prática ligada apenas a negação e denúncia do tradicionalismo onde não visávamos as transposição de um modelo castrador e autoritário em relação aos desejos e necessidades da “classe trabalhadora”.
Esta nova vertente do Serviço Social propõe uma prática mais interventiva, pois segundo Yolanda Guerra, a existência da profissão está diretamente ligada ao seu caráter interventivo, pois dele depende sua existência, materialidade e funcionalidade profissional. O Assistente Social é chamado a atuar (respondendo) junto as necessidades legítimas da “classe trabalhadora” quando são requisitados para mediar suas lutas políticas com o intuito de terem seus direitos sociais reconhecidos como modo de garantir a sua própria sobrevivência.
O Assistente Social tem como objetivo estimular a participação dos usuários através de programas educativos, pois este profissional tem como instrumento de trabalho a linguagem e é através deste instrumento privilegiado que buscamos socializar as informações para que a população possa lutar pela garantia de seus direito, e que seu posicionamento seja em favor da equidade e justiça social, garantindo assim o acesso universal aos serviços relativos aos programas e políticas sociais, como sugere nosso código de ética profissional.
Porém, a profissão trás consigo algumas angústia que acabam por dificultar a ação profissional que visa romper com o conservadorismo. Angústias estas que se materializam na prática interventiva do Assistente Social, pois em sua rotina profissional faltam recursos para que possamos atender de forma eficiente as demandas da população; em muitos casos o profissional é solicitado a realizar atividades que se afastam da proposta do serviço social; a forma fragmentada que é tratada a questão social, pois as políticas sociais se apresentam de forma paliativa; entre outros. Sendo assim as condições objetivas colocadas à intervenção profissional não depende apenas da postura individual do profissional e de seus instrumentos de intervenção.
Cristiane de Oliveira Ribeiro é Assistente Social da APN. Graduada pela UFF e pós-graduada em Terapia de Família pela Universidade Cândido Mendes
Atenção total para Crianças e Adolescentes
Riscos Juridicos na Internet
A internet não é mais novidade, presenciamos um momento de transição, cuja sociedade se torna cada vez mais conectada e as crianças e adolescentes integram uma geração digital, onde o conhecimento tem valor significativo. Com o progresso é normal que pais e educadores busquem novas formas de integração. O fato é que a tecnologia mudou muita coisa em nossas vidas, mas será que estávamos preparados para isso?
Escutamos por diversas vezes chamadinha de nossos pais como: “não fale com estranhos”, “não pegue carona com estranhos” “não aceite bala de estranhos”, mas não escutamos que não devemos pegar carona em comunidades de estranhos” ou não abrir email de estranhos… a verdade é que nossos exemplos devem ser atualizados de acordo com o cenário atual, caso contrário, corremos o risco de não sermos ouvidos.
Falo como advogada, mas acima de tudo como pedagoga, que a situação é preocupante quando o assunto é criança e internet ou mesmo adolescente e internet pois se nem mesmo os adultos estão preparados? Vejo isso acontecer com freqüência, a falta de preparo pelos pais e por educadores para lidar com as questões que envolvem a internet, pois infelizmente, muitos ainda passam a impressão de que se trata de um espaço além da vida, sem limites, sem regras e sem legislação. Mas afirmo com veemência “Ledo engano” somos responsáveis por todos e qualquer ato seja culposo ou doloso, ou melhor, tenha sido com intenção ou não.
Tem sido cada vez mais freqüente incidentes envolvendo crianças e adolescentes e por conseqüente a responsabilização dos pais ou responsável na esfera civil chegando a ter que indenizar a outra parte e também a própria responsabilização do adolescente pela Vara da Infância e da Juventude. Mas falaremos em tópico específico sobre este assunto.
O fato é que se as escolas, educadores e pais dessa garotada, não assumirem um papel de orientar, mas de forma continuada, afinal educação acontece durante toda a vida, acreditem, teremos no futuro sérios problemas. Portanto, as vezes me pergunto, onde está a ética das pessoas? Temos sim que ser exemplos, não me refiro aos educadores, neste sentido, mas a todas as pessoas, sejam de que profissão for. O pai deve dar um bom exemplo para o filho e não achar bonito o filho publicar fotos na internet, de coleguinhas da escola.
Até onde me lembro a ética traz em sua essência valores da sociedade inerentes a determinada época. Assim, ocorre com várias situações, pois a privacidade, por exemplo, as pessoas da idade média, tinham outro conceito e dimensão de privacidade, aliás hoje temos muito mais privacidade do que naquela época.
Portanto a seguir, falaremos um pouco sobre responsabilidade legal, na seqüência sobre os riscos mais comuns e prevenção.
- Responsabilidade Legal
Em meu trabalho com alunos do ensino fundamental e médio, pude perceber que a maioria, se não todos acreditavam que não são responsabilizados por seus atos e muito menos seus pais, quando o assunto é internet.
Mas não é bem assim, veja o exemplo abaixo:
O professor foi vítima dos próprios alunos numa comunidade do site de relacionamento Orkut onde sua imagem é satirizada. Os alunos também chegam a ameaçar furar os pneus do carro de J. e jogar açúcar no tanque de gasolina do veículo.
Sentindo-se ofendido, o professor ingressou em juízo com ação de indenização de danos morais contra os responsáveis pelos adolescentes participantes da comunidade. Na ação, J. sustenta que os filhos dos réus criaram uma comunidade no “site” de relacionamentos “Orkut”, satirizando sua imagem. Aduz que a iniciativa dos menores via “Internet” afronta sua imagem como professor perante os demais alunos e colegas de trabalho, bem como perante a sociedade, causando-lhe constrangimentos de ordem moral. Salienta que todos os filhos dos réus, com exceção de dois, responderam medida sócio-educativa que reconheceu a conduta dos menores como análoga aos crimes de difamação e injúria.
Entre as mensagens trocadas pelos alunos constam ameaças e zombarias ao professor, além de ofensas por meio de palavrões.
….
“Os danos morais causados por divulgação, em comunidade virtual (Orkut) de mensagens depreciativas, denegrindo a imagem de professor (identificado por nome), mediante linguagem chula e de baixo calão, e com ameaças de depredação a seu patrimônio, devem ser ressarcidos. Incumbe aos pais, por dever legal de vigilância, a responsabilidade pelos ilícitos cometidos por filhos incapazes sob sua guarda”, diz a ementa do julgado.
Fonte: Brasil contra a pedofilia
A notícia acima mostra que os pais foram condenados a indenizar, vez que entende-se que houve culpa em vigilando, ou seja, negligencia no dever de vigilância. A legislação é clara, tanto o Código Civil como o Estatuto da Criança e do Adolescente são claros na questão de responsabilidade, portanto, os pais tem sim o dever de “vigiar” , monitorar o que seus filhos fazem na internet, primeiro por zelar pela segurança de seus filhos e segundo para poder orientá-los para que não cometam infrações.
2.1 Como funciona com a criança e com o adolescente?
O ECA considera como criança a pessoa que tenha até 12 anos incompletos e adolescente de 12 a 18 anos. Em princípio, todas as condutas tipificadas no Código Penal como crime para os adultos, é considerado como Ato Infracional para menores de 18 anos. Assim, a criança ao cometer um ato infracional será encaminhada para o Conselho Tutelar que deverá determinar uma das medidas de proteção previstas no art. 101 do ECA que pode ser advertência, encaminhamento para tratamento psiquiátrico, psicológico, programas educacionais, entre outros.
No caso do adolescente, este será encaminhado para a Vara da Infância e da juventude, onde alem da aplicação de medidas de proteção poderá ser aplicado também medidas sócio-educativas, que pode ser prestação de serviços a comunidades, como auxílio em hospitais, palestra em escolas, etc.
Por aqui já foi possível entender que há responsabilidade. Já na esfera civil, os julgados tem decidido como vimos acima, pela responsabilização dos pais, ou responsável.
Esta questão é muito importante que seja levada ao conhecimento dos jovens, pelos professores em sala de aula. Temos que trabalhar a prevenção !
Além da ética, saber o que pode lhe acontecer (responsabilidades) sempre traz bons resultados.
2.2 E a responsabilidade dos pais como fica?
Pelo art. 22 do ECA, que complementa as obrigações elencadas no Código Civil, aos pais, incumbe o dever não apenas de sustento, mas também de guarda e educação de seus filhos. Portanto, não apenas moralmente, mas também juridicamente, os pais tem o dever de zelar pela segurança do filho e muitas vezes isso envolve disciplina e monitoramento. Não há invasão de privacidade entre pai/mãe e filho, mas sim um cuidado necessário. Isto não quer dizer que os pais tenham que ler linha por linha do que seu filho escreve em uma mensagem, mas deve sim, procurar saber com quem ele está conversando, ou que tipos de fotos ele está passando para seus amigos. Além disso, os pais têm também o dever de orientar e cuidar da educação dos filhos e prepará-los para a vida.
Nas palestras que faço para os pais, costumo perguntar 2 coisas:
- Você sabe o que é o Orkut e o YouTube?
- Você sabe me dizer neste momento se o seu filho está no Youtube? ( ou seja se tem filme dele no youtube)
Menciono o YouTube porque tem sido comum a garotada de 10, 12 anos ( não apenas os adolescentes), filmarem seus colegas e publicar no YouTube, ou ainda, meninas deixar se filmar sem roupa ou ficar na frente da webcam e depois encontrar suas fotos na internet.
2.3 Quanto a responsabilidade dos professores
A responsabilidade do professor vai além da sala de aula, deixando de lado a questão do compromisso com seus alunos, que espero ser inerente a cada um no momento de sua escolha profissional, temos a questão de responsabilidade por nossos atos, seja por ação ou omissão. Portanto, saber que alguma coisa está acontecendo e não tomar providência nenhuma, pode ser perigoso.
Imagine um professor que sabe que um de seus alunos está sendo vítima de boolying, e permanece omissa. Se você enquanto professor não sabe o que é o boolying, aconselho a mudar de profissão. Corra, pois está muito atrasado! Em linhas muito gerai o boolying se caracteriza pela prática de atos de repressão, ameaça, humilhação entre colegas. Não é uma atitude nova, mas a internet sim, é um meio novo pelo qual potencializou os efeitos do boolying, pois seu alcance é muito maior, pessoas pensam se esconder e o que foi publicado, dificilmente sumirá totalmente.
Outro cenário interessante, cuidado com o que escreve para seus alunos em comunidades, blogs, emails etc. Pois presenciei casos de escolas em que o professor ao deixar recado para seu aluno no Orkut, acabou expressando certo carisma e particularmente eu não vi nada de mais, mas os pais do garoto acharam que a professora estava assediando o menino. Não é preciso nem entrar em detalhes não é mesmo? Ele e outros alunos saíram da escola.
Os casos acontecem de monte, mas a maioria dos problemas são resolvidos internamente, é lógico que o poder da mídia pode ser benéfico, mas também destrói um império em algumas horas, bem como os pais nunca tem interesse em expor seus filhos.
Fique atento, pequenos detalhes podem fazer diferença, para o bem e para o mal!
- Riscos mais comuns
Com base na prática do dia a dia de meu trabalho com crianças e jovens, posso dizer que os perigos mais comuns são:
- uso irrestrito e ilimitado (não tem hora, nem limite) da internet sem orientação e monitoramento dos pais;
- Emprestar a senha para amiguinho (a) por prova de amizade;
- Tirar fotos e mandar para o namoradinho, que por sua vez espalha para os colegas, ou publica na internet;
- Contar sua vida em comunidades como o Orkut, divulgando onde mora, com quem, o que seus pais fazem, etc
Cito ainda a o desconhecimento do que é certo e errado e de que os pais podem ser responsabilizados por seus atos e que o menor também reponde passando por medidas sócio-educativas, digo isto porque temos dois cenários, um em que a criança ou adolescente é vítima e outra em que por descuido, desconhecimento ou ate mesmo por brincadeira acaba por cometer um ato infracional. Estes são os casos de comunidades criadas para ameaçar, humilhar alguém, por exemplo.
- Como outros países estão tratando o problema?
Outros países estão tomando providências, veja neste link matéria publicada ontem, que menciona uma lei em país estrangeiro, que obriga as escolas que recebem desconto nos serviços de telecomunicações e acesso à internet a ensinar seus alunos sobre segurança online.
O Brasil já está atrasado, e poucas escolas tomaram a iniciativa de incluir em seu currículo o ensino de “Ética e Cidadania Digital”.
3.1 Sobre Segurança na Internet
A segurança depende de um conjunto que abrange a tecnologia e também nossa conduta, mesmo assim, não existe segurança 100% pois a cada dia temos situações novas. Uma das grandes preocupações da internet é a engenharia social, neste entende-se que a pessoa tenta conquistar o outro usuário se passando por alguém que na verdade não é, ou mesmo se passando por uma marca, assim o usuário confia e passa seus dados. No caso de pedofilia é comum adultos se passarem por crianças para conquistar e se aproximar de suas vítimas.
Portanto, não podemos depositar nossa confiança apenas em sistemas de segurança, exemplo software de monitoramento, a segurança está na atenção dos pais, dos educadores e de todas as pessoas, junto com as ferramentas de monitoramento, mas principalmente na orientação passada tanto para a criança quanto para o adolescente.
3.2. O que a escola pode fazer ?
A escola tem um compromisso com a educação do país e a educação nunca será completa se não abordar questões reais e atuais. Se o computador faz, cada vez mais, parte do cotidiano das pessoas, seja na vida pessoal como profissional, a escola não pode ser omissa. Deve não apenas ensinar a utilizar os recursos disponíveis, mas utilizar de forma ética, segura e legal.
Portanto, a escola deve elaborar um código de conduta e uma cartilha de conscientização, assim poderá obter um resultado a curto prazo, mas é preciso ações contínuas para que não caia no esquecimento, pois trabalhar cultura leva tempo, neste caso, para um resultado efetivo é preciso trabalhar disciplina específica, ou seja, dentro de ética e cidadania, deve-se acrescentar a questão digital, com conteúdo específico e atividades online.
Além do mais, a escola deve pensar na prevenção de responsabilidade legal, pois muitas vezes as fotos indevidas, por exemplo, são tiradas dentro do estabelecimento de ensino, ou mesmo, alunos que filma professores para publicar no YouTube.
- 4. Ética e Cidadania Digital um dever de todos
Sim, digo de “boca cheia” que o ensino de ética e cidadania digital é um dever de todos, a começar em casa e complementado na escola, mas cabe também aos tios, tias, primos, irmãos, cabe também ao governo, criando programas de Cidadania Digital, capacitando os educadores, que são a semente para disseminar este conhecimento para os alunos. Não podemos exigir o que não foi ensinado, mas se deixarmos como está, sem orientação, a tendência é o aumento de incidentes que podem prejudicar os usuários a qualquer época de sua vida, pois um conteúdo publicado na internet, você nunca saberá onde ele foi parar.
- Mensagem da Autora:
O art. 17 do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente garante à criança e ao adolescente o direito ao respeito e a inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral, bem como a preservação da imagem e valores.
O art. 18 do mesmo dispositivo traz que é dever de todos zelar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório e constrangedor.
Todos nós cidadãos temos o dever de orientar e zelar pela segurança desses jovens e temos também um compromisso com a educação, seja formal ou informal. Educar para o uso ético e legal, não é um luxo, mas uma obrigação para aqueles que querem viver em harmonia e segurança. Os meios tecnológicos estão diante de nós e com eles seus benefícios e riscos. Não podemos evitar que eles existam, mas podemos evitar que eles se concretizem.
Cristina Sleiman/ www.cristinasleiman.com.br
terça-feira, 3 de abril de 2012
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